Eu atrasei total esse post, e peço desculpas. Os últimos dias no trabalho — meus últimos dias na empresa que eu trabalhei pelos últimos anos — foram intensos.
Essa primeira etapa do Ghibli Fest acabou com dois filmes charmosos. Sussurros do Coração, que passou na terça-feira, é uma pérola. Um romance que tem um cenário tão marcante que eu nem sabia que ficava na memória com tanta intensidade: a loja de antiguidades que a protagonista Shizuku conhece depois de seguir um gato. Eu amo uma história de amor impossível, e a história de amor que Sussurros do Coração revela (não a dos protagonistas, mas a que existe nessa loja de antiguidades) é bem do tipinho que eu gosto. Toda a trama da frustração que é escrever também é muito a minha zona — e de uma especificidade deliciosa. O jeito como Shizuku parece aliviada a finalmente tirar essa história de dentro de si é linda.

Já Ponyo, que parece ser o menor filme do Miyazaki em escopo, também é uma pérola. Também é uma história de amor, bem A Pequena Sereia das ideias, mas é contada com tanto vigor e com tanta sinceridade que desarma qualquer um. Fora que a água é o cenário pra Miyazaki — a fluidez do movimento de seus filmes parece ainda maior quando tem líquidos envolvidos. É um bom filme pra acabar essa primeira parte da mostra, pensando em retrospecto. Não é A Viagem de Chihiro ou Totoro, mas deixa um gostinho de quero mais na boca, e uma satisfação no final da sessão. Bem aquilo que a gente quer.