
Sessão cheíssima pra assistir a Porco Rosso: O Último Herói Romântico. Foi bem divertida também. Porco Rosso é muito engraçado, e a plateia tava bem a fim de rir. Por mais séria que a história se torna, a forma física do herói — ele é um porco! — sempre vira um motivo pra sorrir. E é divertido como Hayao Miyazaki usa essa forma pra brincar com nossas expectativas. Porco é sempre filmado em posições típicas de um galã de cinema, ele parece até se vestir como um Jean Garbin em Trágico Amanhecer (do Marcel Carné, 1939).
Dos filmes do Miyazaki, esse é um daqueles fascinantes em segredo. Não é sobre o protagonista tentando quebrar uma maldição, ou aprendendo a amar de novo, ou a confiar em outras pessoas. Tem tudo isso no filme, mas seu final melancólico parece virar toda essa aventura de ponta cabeça — esse desse ser um filme definidor pro Wes Anderson, que adora pregar essa mesma peça nos seus filmes e puxar o tapete do espectador nas cenas finais, e empurrar ele em uma maré de melancolia. Bom demais.