Minha dieta cultural na última semana #4
Hoje tá um dia lindo e a temperatura está gostosa. 21°C e ensolarado, com uma brisa leve e gostosa. Vou passar a tarde na praça lendo com o Tobias… mas agora pela manhã, eu tô fazendo feijão. Ontem saí de um dia bem bomba porrada e tiro do trabalho e desci aqui no bar do lado de casa pra tomar uma cerveja com o Erê e me senti bem feliz por ser brasileiro. Sensação boa, essa.
Em outras realizações sobre ser brasileiro, eu decidi que Vale Tudo vai ser a última novela que eu vou acompanhar. Vale Tudo não é tão boa assim (é mais divertido assistir pra falar mal com os amigos) e gasto um tempinho pós-trabalho que eu queria gastar fazendo outras coisas. Como Vale Tudo deve acabar em setembro, e setembro tá logo ali, logo mais vou ter uma mudança na rotina. Vamos ver como vai mudar minha dieta cultural semanal. Vou avisando por aqui.
Filme: Wanda (1970).

Wanda é o único filme dirigido por Barbara Lorden, e que pecado isso, porque Wanda é magnífico. Eu descrevi pro Erê como se John Cassavetes tivesse dirigido o Acossado de Jean-Luc Godard, mas isso não faz justiça ao trabalho de Lorden na direção e na atuação. É justamente na confusão entre as duas coisas que o filme brilha: direção e atuação estão tão intrinsicamente ligadas nesse filme que parece que Lorden controla a câmera com seu olhar, de tanto que a imagem absorve seu estado de espírito em cena. É um filme tão perdido quanto sua personagem principal, que com sua falta de rumo acaba se relacionando com um assaltante e fugindo com ele. Mas Wanda não tem uma “trama” em si. Ela segue acontecimentos que em outros filmes talvez fossem becos sem saída. Mas aqui tudo revela algo sobre Wanda, mesmo que nem ela saiba o que é.
Jogo: The Legend of Zelda: Ocarina of Time 3D (Nintendo 3DS).

Comecei a jogar a versão para o Nintendo 3DS de Ocarina of Time, que eu considero a melhor versão do jogo. Eu tô bem no início — eu acabei de encontrar a Zelda e logo mais vou para Kakariko Village antes de seguir para a vila dos Gorons.
Sempre me esqueço como esse jogo é triste. Sua primeira missão acaba com a morte do seu mentor, e tem uma melancolia já na tela de start que define o tom do jogo todo, mesmo quando ele é bobo (Gorons!). Eu jogo ele no meu New 2DS, que eu particularmente acho o melhor videogame que a Nintendo já fez, e embora o jogo ainda tenha os visuais do Nintendo 64, eu acho ele lindo. Seu trabalho de animação é fantástico, e seu uso esparso das cores é muito inteligente (mesmo que tenha sido uma limitação de hardware). Eu geralmente empaco no reino dos Zoras, vou ver se dessa vez eu avanço mais.
Série: Alien: Earth (primeira temporada, episódio 4).

O episódio dessa semana anda mais com a narrativa, mas eu ainda acho todo o uso da história de Peter Pan aqui meio cansativa. Não consigo parar de comparar com a série de Watchmen que a HBO lançou há uns anos e que usa uma paródia de American Horror Story para pontuar a série também. Mas lá era algo muito mais pontual. Em Alien: Earth a série para pra alinhar a analogia com os personagens o tempo todo. Pelo menos um Xenomorfo nasceu no fim desse episódio, o que é sempre um bom sinal. Logo mais começa o carnaval.
Livro: Uma Visão Pálida das Colinas (de Kazuo Ishiguro).

Ok. Eu cheguei na parte que Ishiguro decide tirar seu chão. Eu tô nos finalmentes do livro. Pelo que diz o progresso no ebook, 68%, mas a progressão é muito rápida, acho que acabo ele esse fim de semana. É incrível como Ishiguro torna um livro bastante interno em um virador de página com muita facilidade. Acho que semana que vem já vou ter mais ideia de onde esse íntimo todo vai dar. Por mais que o livro esteja desabrochando agora, eu não tenho ideia de onde ele quer chegar (e que sentimento legal esse).